Acontecimentos que marcaram a nação
lusa estão intimamente ligados a seus vinhos.
A narrativa da vinha e
do vinho em Portugal remonta a tempos bem antigos, anteriores à Era Cristã, e
seus feitos ocupam lugar de destaque na arte e na literatura portuguesa. Não há
dúvidas de que foram os romanos (século II A.C.) os primeiros a estabelecer vinhedos
na Lusitânia de forma organizada e que a vizinhança da foz do Tejo foi a
primeira região lusa a cultivar a videira.
Um fato fundamental teve lugar em 1703 com a
assinatura entre Portugal e Inglaterra do Tratado de Methwen: passava a vigorar
um regime especial protegido para a entrada de vinhos portugueses na Inglaterra
em troca de tecidos ingleses de lã.
No fim do século XVIII surge a rolha de
cortiça e verifica-se a extraordinária melhoria da qualidade dos vinhos com o
envelhecimento em garrafas arrolhadas - o Porto foi o que mais se beneficiou
disso. Sebastião José de Carvalho e Melo (1699 - 1782), Conde de Oeiras e
Marques de Pombal, tornou-se a pessoa que dinamizou a produção vinícola
portuguesa dedicando-se tanto aos vinhos generosos (Porto e Carcavelos) quanto
aos vinhos de mesa (Bucelas).
Não se pode esquecer que o cultivo na região
do Rio Douro é milenar e já aparece nos escritos de Estrabão, geógrafo grego do
século anterior à Era Cristã. Estima-se que o início do comércio do vinho do
Porto, de origem duriense, porém centralizado na cidade do Porto, tenha
começado em 1680 estimulado pelos comerciantes ingleses, antes, portanto, da
ação do Marquês. Mas foi na administração dele que se fundou a Cia. Geral de
Agricultura do Alto Douro e que a região foi delimitada de forma pioneira. Os
marcos pombalinos, em pedra, atestam até os dias de hoje a ação desse destacado
estadista português.
Com o combate à filoxera, procedeuse o
arranque das videiras em pé franco e sua substituição por videiras enxertadas.
Com a importação de videiras americanas foi possível contornar a praga. Com
elas, porém, veio o míldio, felizmente mais fácil de combater. Vencida a
filoxera, no reinado de D. Carlos I, o rei-artista (1863 - 1908), foram
demarcadas adicionalmente diversas regiões produtoras, entre elas o Dão,
Colares, Carcavelos e Moscatel de Setúbal.
A história do vinho português é parte
inseparável da própria história de Portugal.
Península de Setúbal: os vinhos
da região têm tradição histórica
Fonte: http://revistaadega.uol.com.br
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